Uma Viagem Literária por Penafiel disponível em eBook
Uma viagem literária por Penafiel transformou-se num desafio onde a História e a Literatura se cruzam, como poderia ser com outras ciências, como a Biologia, a Ecologia, onde seria possível registar mensagens apropriadas para os tempos correntes – as alterações climáticas.
Os estudantes do 1.º ano da Licenciatura em Educação Básica - orientados pelo docente José Carlos Meneses - percorreram autores do século XVIII à atualidade: o pivô da TV José Rodrigues dos Santos, com ascendentes em Penafiel; o antigo Presidente da Câmara de Penafiel e responsável da Escritaria, festival literário anual que traz a Penafiel, anualmente, um escritor/poeta – Alberto Santos; e Adélia Carvalho, uma Educadora de Infância dedicada à literatura infanto- juvenil. Elaboraram um cartaz, cujo conjunto figurou numa exposição na Biblioteca Municipal de Penafiel, em maio de 2024; seguiu-se o texto e, agora, o e-book com ISBN, por isso, com valor semelhante a uma publicação em papel.
Cada autor selecionado tem a sua relação com Penafiel, mesmo que não tenha nascido na cidade ou no concelho. As águas termais de Entre-os-Rios e o facto de Penafiel ser um ponto de passagem entre o Porto e Vila Real (e daqui para Trás-os-Montes e Beira Alta), com infraestruturas de apoio ao alojamento e à alimentação, bem como ao teatro, antiga capela do Senhor, da Misericórdia de Penafiel, cujo fundador, Rodrigo de Freitas e Beça – 1805/1874 – foi amigo íntimo da Camilo Castelo Branco, que confidenciou a sua história na prisão da Relação do Porto por causa do adultério com Ana Plácido.
Camilo Castelo Branco (refere-se a Penafiel em A Enjeitada), Antero de Quental (dedica um poema-epitáfio na morte de Zara, irmã de Joaquim de Araújo), João de Deus (vê a sua Cartilha Maternal exibida em jornal) estabeleceram relações intelectuais com Joaquim de Araújo, porventura o mais proeminente da época daqueles vultos da Literatura Portuguesa. O jornalismo de Penafiel, intenso, foi uma das vias do conhecimento entre eles. Eça de Queirós introduz Penafiel no enredo de Os Maias e Ferreira de Castro regista os bons momentos passados nas águas das termas, descrevendo os amigos do cafezito com quem se encontrava em S. Vicente.
Percorrendo os 15 autores selecionados, verifica-se que Penafiel teve intelectuais de mérito desde finais do século XVIII e jornais da terra, servindo ideários distintos, mas correlacionando os intelectuais nativos e adotados com o mundo nacional e internacional, como foi o caso de Joaquim de Araújo, homenageado no Agrupamento de Escolas nas proximidades do ISCE Douro.
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